A quantidade de chuva no primeiro mês do ano foi 180% maior em algumas regiões da cidade em relação a janeiro de 2017. Os índices muito altos mostram que em locais como o Dr. Thouzet o acumulado chega a 520 milímetros contra 186 milímetros de 2017. Os dados são registrados pelos pluviômetros da Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias que estão acoplados às sirenes do Sistema de Alerta e Alarme. Em todo o município são 20 equipamentos instalados em 12 comunidades.
Especialista em precipitação do Centro Nacional de Monitoramento e Alestras de Desastres Naturais (Cemaden), Carlos Frederico de Angelis aponta que o volume atual é o “normal” para Petrópolis e nos anos anteriores é que choveu menos.
“Neste verão, observamos ocorrência de numero elevado de frentes frias estacionadas sobre a região serrana bem maior que em anos anteriores. Essa que é chamada zona de convergência do Atlântico Sul, estacionada, é que causou um número maior de chuva que em anos anteriores. Nos últimos três, quatro anos, toda essa região teve menos precipitação. Então, agora, voltou ao considerado “normal” ainda que a sensação agora seja de muito mais chuva”, explica.
“Temos de estar preparados para qualquer índice, estamos em busca de uma cidade resiliente”, analisa o secretário de Defesa Civil, Paulo Renato Vaz, apontando ainda que “sem a limpeza de rios e bueiros feitas preventivamente pela prefeitura desde novembro, os alagamentos e transbordamentos teriam afetado Petrópolis duramente causando mais prejuízos”.
A Defesa Civil está mantendo o reforço na escala com todos os 60 agentes de plantão 24h e pede atenção aos moradores que vivem em áreas de risco para os alertas que podem ser acionados. A Defesa Civil está monitorando índices de chuva e riscos 24 horas por dia. Para fevereiro a previsão é de que os índices de chuvas se mantenham altos.
Além disso, a prefeitura segue com as ações de prevenção como o programa Rio Limpo, limpeza de bueiros e bocas de lobo e o projeto SOS Chuvas, em parceria com quatro universidades. Esta semana, para limpeza de bueiros, as equipes estiveram na João Xavier, Alfredo Pachá, Morin, Washington Luiz, Rua São Paulo, Ponte Fones e Coronel Veiga. Na semana que vem, o Rio Limpo, que já esteve no Piabanha e Palatinato, retorna ao rio Quitandinha, na Coronel Veiga.
"Existe uma grande preocupação justamente pelos índices acumulados neste mês. É fundamental que a população que vive em uma área de risco tenha atenção redobrada, já que existe a previsão que a chuva continue até o final do verão em abril", pede o secretário de Defesa Civil, coronel Paulo Renato Vaz, reforçando que os moradores devem ligar para o 199 e informar caso tenham alguma ocorrência.
No ano passado, o maior índice de chuva foi na Rua 24 de Maio com 340 milímetros. No mesmo local em 2018 são 440 milímetros, o que representa um aumento de 29%. Esse aumento na quantidade de chuva ajuda a explicar os casos de alagamentos que aconteceram em alguns locais da cidade em janeiro, nas proximidades do Centro e Quitandinha.
“O solo fica impermeável com asfalto e hoje temos praticamente todas as ruas asfaltadas. Aliado a isso uma rede de águas pluviais que não comporta em muitos trechos o volume de chuva gerado em pouco tempo”, explica o secretário de Obras, Ronaldo Medeiros, apontando ainda que a prefeitura trabalhou de forma antecipada com a criação das operações Rio Limpo, que já retiram 3.750 toneladas do Rio Piabanha e de limpeza de bueiros já ocorreram 395 vezes em 228 locais da cidade.
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