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HISTÓRIA

Ao começo da exploração pelos portugueses do que viria a ser o atual estado do Rio de Janeiro, algumas missões foram enviadas na direção das montanhas da Serra da Estrela. Naquele lugar, encontraram-se poucos índios dispersos, e o único recurso mineral apurado por ali foram algumas pedras de coloração esbranquiçada e consideradas sem valor.
Entre 1722 e 1725, o sargento-mor Bernardo Soares de Proença, proprietário de terras em Suruí, abriu uma variante que encurtava e facilitava o trajeto do Caminho Novo que tinha sido aberto alguns anos antes.
A história da cidade começa a configurar-se mais propriamente em 1822, quando Dom Pedro I, a caminho de Minas Gerais pelo Caminho do Ouro, mais precisamente pelo Caminho do Proença ou Variante do Caminho Novo da Estrada Real, hospedou-se na fazenda do padre Correia e ficou encantado com a região. Tentou comprar as terras, porém sem sucesso. Por fim, adquiriu uma fazenda vizinha, a fazenda do Córrego Seco, que renomeou Imperial Fazenda da Concórdia, onde pretendia construir o Palácio da Concórdia. Hoje, a propriedade corresponde, com alguns acréscimos, à área do primeiro distrito de Petrópolis.
Os planos do primeiro imperador não foram concluídos, mas Dom Pedro II continuou com os planos e em 1843 assinou um decreto pelo qual determinava o assentamento de uma povoação e a construção do sonhado palácio de verão, que ficou pronto em 1847. A partir de então, durante o verão, a cidade tornava-se a capital do Império com a mudança de toda a corte. Pedro II governou por 49 anos, e em pelo menos 40 verões permaneceu em Petrópolis, eventualmente por até cinco meses.

Serra de Petrópolis.
Independentemente da época do ano, era em Petrópolis que moravam os representantes diplomáticos estrangeiros. Entre 1894 a 1903 foi capital do Estado do Rio, em substituição a Niterói, devido à Revolta da Armada. Também neste período foi eleito Hermogênio Silva, o único vice-governador fluminense cuja base política era Petrópolis. O sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado seu primeiro prefeito em 1916.
A importância política da cidade perdurou por décadas, mesmo depois do fim do Império. Todos os presidentes da república, de Prudente de Morais a Costa e Silva, passaram pelo menos alguns dias na cidade imperial durante seus mandatos. O mais assíduo dentre eles foi Getúlio Vargas, cujas estadias, durante o Estado Novo, duravam até três meses.
Como consequência da transferência da capital do Brasil para Brasília, Petrópolis perdeu consideravelmente sua importância no contexto político do país.

O planejamento

Petrópolis é um notável exemplo dos esforços de imigração europeia para o Brasil no Segundo Reinado. Concebida pelo major Júlio Frederico Koeler, é tida como a segunda cidade projetada do Brasil (depois de Recife, projetada na época dos holandeses), composta de um núcleo urbano - a cidade (hoje o Centro), onde se concentravam o palácio imperial, prédios públicos, comércio e serviços. O Centro seria rodeado por "quarteirões imperiais", que receberam famílias de agricultores, principalmente alemãs, que hoje compõem bairros do primeiro distrito.
Outros estrangeiros, como açorianos e, posteriormente, italianos, viriam somar-se ao contingente de imigrantes, sobretudo para trabalhar nas indústrias de tecidos e comércio.
O pitoresco do projeto de Koeler foi o fato de batizar os quarteirões com nomes de cidades e acidentes geográficos das regiões (Rheinland-Westphalen) de onde vinham os colonos alemães: Kastelaum (Castelânea), Mosel (Mosela), Bingen, Nassau, Ingelheim, Woerstadt, Darmstadt e Rheinland (Renânia). As terras foram arrendadas para Koeler e, através dele, aos imigrantes, resultando em um sistema de foro e laudêmio (enfiteuse) pago aos herdeiros de Dom Pedro II até hoje.

Arquitetura

A cidade possui um conjunto arquitetônico sem igual, do qual o símbolo mais conhecido é o Palácio Imperial, hoje Museu Imperial. O palácio é a principal construção do chamado "centro histórico", onde se destaca a Avenida Koeler, ladeada por casarões e palacetes do século XIX. A via é perpendicular à fachada da Catedral de São Pedro de Alcântara e, no outro sentido, à praça Ruy Barbosa e à fachada da Universidade Católica - constituindo-se, assim, em um dos mais belos cenários da cidade.
No chamado "centro histórico" encontram-se também construções curiosas como a casa de verão de Santos Dumont; o palácio de Cristal; a "Encantada"; o palácio Amarelo (Câmara de Vereadores); o palácio Rio Negro, fronteiriço à sede da prefeitura (palácio Sergio Fadel); e construções curiosas, como o "castelinho" do auto-denominado "duque de Belfort", na esquina da Koeler com a praça Ruy Barbosa; ou ainda a antiga casa da família Rocha Miranda, na Avenida Ipiranga - mesmo endereço de outra residência da mesma família, em estilo sessentista. Linhas modernas também estão presentes na casa de Lúcio Costa, no bairro de Samambaia.
Petrópolis foi palco de acontecimentos e episódios diversos da história do Brasil, como:
  • A inauguração da primeira rodovia pavimentada do Brasil, a União e Indústria (1861), ligando a cidade a Juiz de Fora (MG);
  • A primeira sessão de cinema (1897), com a exibição, através de "cinematógrapho", dos primeiros filmes dos irmãos Lumière;
  • A assinatura do tratado que incorporou o Acre ao Brasil (1903);
  • A morte de Ruy Barbosa (1923);
  • O suicídio do escritor austríaco Stefan Zweig (1942).[editar] Geografia
Petrópolis localiza-se no topo da Serra da Estrela, pertencente ao conjunto montanhoso da Serra dos Órgãos, a 845 metros de altitude média, sendo que a sede municipal está a 810 metros de altitude. Situa-se a 68 km do Rio de Janeiro.
O clima da cidade é o tropical de altitude com verões úmidos e invernos secos. A média de julho é 15°C, sendo a máxima da temperatura média neste mês de 22°C e a mínima de 10°C. Em janeiro a temperatura média é de 21°C, sendo a máxima da temperatura média de 27°C e a mínima de 18°C. A temperatura média anual é de 18ºC, sendo que a menor temperatura já registrada na cidade foi de -1°C no dia 2 de agosto de 1955.

Subdivisão

Petrópolis está dividida em 5 distritos, que se subdividem em bairros menores. São estes:

Economia

A economia de Petrópolis é baseada no turismo e no setor de serviços. Também merece destaque o comércio de roupas,fabricação de chocolate e cerveja, sobretudo nos pólos da Rua Teresa e Itaipava, que atraem compradores (atacadistas e varejistas) de todo o país.

Turismo

Infraestrutura

Educação

O município abriga a Universidade Católica de Petrópolis (UCP), a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), a Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FASE) e dois Campi da Universidade Estácio de Sá, instituições de ensino superior particular que oferecem diversos cursos de graduação, tecnólogos, cursos de pós-graduação e mestrado. Também abriga um dos pólos de ensino do CEDERJ (Centro de Ensino à Distância do Estado do Rio de Janeiro), formada pelo consórcio de instituições públicas de ensino superior (UFRJ, UERJ, UFF, UNIRIO, UFRRJ e UENF), que oferece cursos de graduação em Ciências Biológicas e Matemática (licenciatura em ambos), além do curso de Pedagogia e cursos de atualização em diversas áreas e o de pré-vestibular social.O Município abriga ainda uma Unidade de Ensino Descentralizada do CEFET/RJ, inaugurada em 13 de setembro de 2008 e Localizada no Centro Histórico de Petrópolis (ocupa o prédio do antigo Fórum) que oferece o curso técnico de Telecomunicações - TV Digital, Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo e o Curso de Licenciatura em Física.

Cultura

Personalidades ilustres

Maximiliano de Habsburgo-Lorena, primo de D. Pedro II, foi um dos primeiros estrangeiros famosos a visitar Petrópolis, ainda em 1863 (pouco antes de assumir o trono do México). Alberto I, da Bélgica, também passaria por Petrópolis durante sua visita ao Brasil, em 1920 - bem como a rainha Sofia, da Noruega, em 1981. Mas, além de cabeças coroadas, a cidade ainda receberia inúmeros outros nomes reconhecidos internacionalmente, como Einstein, em 1926.

Fachada do Hotel Quitandinha.
O maior número de visitantes célebres, porém, concentrou-se entre 1944 e 1946, tempo de vida do Hotel-cassino Quitandinha. Orson Welles, Errol Flynn, Maurice Chevalier, Greta Garbo, Carmen Miranda, Walt Disney, Bing Crosby e até um rei destronado (Carol I, da Romênia) foram alguns de seus hóspedes. Com o fechamento dos cassinos no país, determinado pelo presidente Dutra (1946-1950), o Quitandinha começou a entrar em decadência. Antes, porém, seria a sede da Conferência Interamericana de 1946, na qual destacou-se a chefe da delegação argentina, Eva Perón.
A poetisa Gabriela Mistral exercia a função de consulesa do Chile em Petrópolis quando foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1945. Outro Nobel, o britânico Peter Brian Medawar (Medicina, 1954) nasceu e viveu em Petrópolis até os 14 anos. Na década de 1970, a cantora norte-americana Sarah Vaughan também viveu na cidade.
Refúgio de importantes nomes da cultura nacional, figura nas páginas de Machado de Assis e de Stanislaw Ponte Preta e lá Jorge Amado concluiu seu "Gabriela Cravo e Canela". Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Villa-Lobos e Alceu Amoroso Lima tinham casas de veraneio em Petrópolis. Como centro do poder nacional, foi o endereço de veraneio de importantes vultos do império e da república, como o Barão e Visconde de Mauá, Barão do Rio Branco, Barão e Visconde do Arinos, Visconde de Caeté, Joaquim Nabuco, e mais tarde, Santos Dumont e Ruy Barbosa.

Referências

  1. a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
  2. a b Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Página visitada em 14 de novembro de 2010.
  3. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
  4. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
  5. http://www.lncc.br

Ver também

Ligações externas

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FONTE: - WIKIPEDIA